Ambiente Alfabetizador
Diz-se que um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de
situações de usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças têm a
oportunidade de participar. Se os adultos com quem as crianças convivem
utilizam a escrita no seu cotidiano e oferecem a elas a oportunidade de
presenciar e participar de diversos atos de leitura e de escrita, elas podem,
desde cedo, pensar sobre a língua e seus usos, construindo idéias sobre como se
lê e como se escreve.
Na instituição de educação infantil, são variadas as situações de
comunicação que necessitam da mediação pela escrita. Isso acontece, por
exemplo, quando se recorre a uma instrução escrita de uma regra de jogo, quando
se lê uma notícia de jornal de interesse das crianças, quando se informa sobre
o dia e o horário de uma festa em um convite de aniversário, quando se anota
uma idéia para não esquecê-la ou quando o professor envia um bilhete para os
pais e tem a preocupação de lê-lo para as crianças, permitindo que elas se
informem sobre o seu conteúdo e intenção.
Todas as tarefas que tradicionalmente o professor realizava fora da sala
e na ausência das crianças, como preparar convites para as reuniões de pais,
escreverem uma carta para uma criança que está se ausentando, ler um bilhete
deixado pelo professor do outro período etc., podem ser partilhadas com as
crianças ou integrarem atividades de exploração dos diversos usos da escrita e
da leitura.
A participação ativa das crianças nesses eventos de letramento configura
um ambiente alfabetizador na instituição. Isso é especialmente importante
quando as crianças provêm de comunidades pouco letradas, em que têm pouca
oportunidade de presenciar atos de leitura e escrita junto com parceiros mais
experientes. Nesse caso, o professor torna-se uma referência bastante
importante. Se a educação infantil trouxer os diversos textos utilizados nas
prática sociais para dentro da instituição, estará ampliando o acesso ao mundo
letrado, cumprindo um papel importante na busca da igualdade de oportunidades.
Algumas vezes, o termo "ambiente alfabetizador" tem sido
confundido com a imagem de uma sala com paredes cobertas de textos expostos e,
às vezes, até com etiquetas nomeando móveis e objetos, como se esta fosse uma
forma eficiente de expor as crianças à escrita. É necessário considerar que
expor as crianças às práticas de leitura e escrita está relacionada com a
oferta de oportunidades de participação em situações nas quais a escrita e a
leitura se façam necessárias, isto é, nas quais tenham uma função real de
expressão e comunicação.
A experiência com textos variados e de diferentes gêneros é fundamental
para a constituição do ambiente de letramento. A seleção do material escrito,
portanto, deve estar guiada pela necessidade de iniciar as crianças no contato
com os diversos textos e de facilitar a observação de práticas sociais de
leitura e escrita nas quais suas diferentes funções e características sejam
consideradas. Nesse sentido, os textos de literatura geral e infantil, jornais,
revistas, textos publicitários etc. são os modelos que se pode oferecer às
crianças para que aprendam sobre a linguagem que se usa para escrever.
O professor, de acordo com seus projetos e objetivos, pode escolher com
que gêneros vai trabalhar de forma mais contínua e sistemática, para que as
crianças os conheçam bem.
Por exemplo, conhecer o que é uma receita culinária, seu aspecto
gráfico, formato em lista, combinação de palavras e números que indicam a
quantidade dos ingredientes etc., assim como as características de uma poesia,
histórias em quadrinhos, notícias de jornal etc.
Alguns textos são adequados para o trabalho com a linguagem escrita
nessa faixa etária, como, por exemplo, receitas culinárias; regras de jogos;
textos impressos em embalagens, rótulos, anúncios, slogans, cartazes,
folhetos; cartas, bilhetes, postais, cartões (de aniversário, de Natal etc.);
convites; diários (pessoais, das crianças da sala etc.); histórias em
quadrinhos, textos de jornais, revistas e suplementos infantis; parlendas,
canções, poemas, quadrinhas, adivinhas e trava-línguas; contos (de fadas, de
assombração etc.); mitos, lendas, "causos" populares e fábulas;
relatos históricos; textos de enciclopédia etc.
GESTÃO DO TEMPO, APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS E ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES
O tempo é – e todos nós, professores, sabemos muito bem – um fator de
peso na instituição escolar: sempre é escasso em relação à quantidade de
conteúdos fixados no programa, nunca é suficiente para comunicar às crianças
tudo o que desejaríamos ensinar-lhes em cada ano escolar.
Quando se opta por apresentar os objetos de estudo em toda sua
complexidade e por reconhecer que a aprendizagem avança através de sucessivas
reorganizações do conhecimento, o problema da distribuição do tempo deixa de
ser simplesmente quantitativo: não se trata apenas de aumentar o tempo ou de
reduzir os conteúdos: trata-se de produzir uma mudança qualitativa na
utilização do tempo didático.
Para concretizar essa mudança, parece necessário – além de ousar romper
com a correspondência linear entre parcelas de conhecimento e parcelas de tempo
– cumprir pelo menos duas condições: manejar com flexibilidade a duração das
situações didáticas e tornar possível a retomada dos próprios conteúdos em
diferentes oportunidades e a partir de perspectivas diversas. Criar essas
condições requer pôr em ação diferentes modalidades organizativas: projetos,
atividades habituais, seqüências de situações e atividades independentes
coexistem e se articulam ao longo do ano escolar.
1. OS PROJETOS – Além de oferecer, como já assinalamos contextos
nos quais a leitura ganha sentido e aparece como uma atividade complexa, cujos
diversos aspectos se articulam ao se orientar para a realização de um propósito
- permitem uma organização muito flexível do tempo: segundo o objetivo que se
persiga, um projeto pode ocupar somente uns dias ou se desenvolver ao longo de
vários meses. Os projetos de maior duração proporcionam a oportunidade de
compartilhar com os alunos o planejamento da tarefa e sua distribuição no
tempo: uma vez fixada a data em que o produto final deve estar elaborado, é
possível discutir um cronograma retroativo e definir as etapas que será
necessário percorrer, as responsabilidades que cada grupo deverá assumir e as
datas que terão de ser respeitadas para se alcançar o combinado no prazo
previsto.
Por outro lado, a sucessão de projetos diferentes – em cada ano letivo
e, em geral, ao longo da escolaridade – torna possível voltar a trabalhar sobre
a leitura sob diferentes pontos de vista, para cumprir diferentes propósitos e
em relação a diferentes tipos de texto.
2. AS ATIVIDADES HABITUAIS, que se reiteram de forma sistemática
e previsível, uma vez por semana ou por quinzena, durante vários meses ou ao
longo de todo o ano escolar, oferecem a oportunidade de interagir intensamente
com um gênero determinado em cada ano da escolaridade, e são particularmente
apropriadas para se comunicar certos aspectos do comportamento leitor.
Na 2ª série do ensino fundamental, por exemplo, uma atividade habitual
que se pode realizar é "A hora dos contadores de histórias": as
crianças se responsabilizam, de forma rotativa, por contar ou ler um conto que
elas mesmas escolheram (orientadas pela professora) e cuja apresentação
prepararam previamente, de tal modo que se torne clara e compreensível para o
auditório. A criança que assume o papel de "contador de histórias"
deve cumprir certos procedimentos: explicar as razões que a levaram a escolher
a história, conhecer alguns dados sobre a vida e a obra do autor, comentar com
seus companheiros os episódios ou personagens que lhe são atrativos (ou não).
Terminada a leitura (ou relato), os demais alunos podem intervir fazendo
perguntas ou comentários. A discussão se generaliza: analisam-se as ações dos
personagens, comparam-se com outros conhecidos, são feitas apreciações sobre a
qualidade do que se acaba de ler…
Em outras séries, a atividade habitual costuma centrar-se em outros
gêneros: pode tratar-se do comentário de "curiosidades científicas" –
e preparar-se para responder às inquietações que as crianças apresentam sobre o
funcionamento da natureza e a intensificar seu contato com o discurso
informativo-científico - ou da leitura e discussão de notícias, atividade
dirigida a formar leitores críticos dos meios de comunicação.
As atividades habituais também são adequadas para cumprir outro objetivo
didático: o de favorecer a aproximação das crianças a textos que não abordariam
por si mesmas por causa de sua extensão. Ler cada semana um capítulo de um
romance é uma atividade que costuma ser frutífera nesse sentido. A leitura é
compartilhada: a professora e os alunos lêem alternadamente em voz alta;
escolhe-se um romance de aventuras ou de suspense que possa captar o interesse
das crianças e se interrompe a leitura em pontos estratégicos, para criar
expectativa. Algumas crianças - nem sempre as mesmas - se interessam tanto que
conseguem o livro para continuar lendo em casa e depois contam a seus colegas
os capítulos que já leram para que a leitura compartilhada possa avançar.
A forma como se distribui o tempo de aula representa a importância que
se atribui aos diferentes conteúdos. Ao destinar momentos específicos e
preestabelecidos que serão sistematicamente dedicados à leitura, comunica-se às
crianças que ela é uma atividade muito valorizada. Este é um dos benefícios que
as atividades habituais proporcionam.
Recomendamos que a leitura de textos literários fosse feita diariamente pelo professor, desde o início da sua inserção na escola, isso é absolutamente inquestionável, já que os alunos, ainda não-alfabetizados, não têm condições de ler por conta própria. A leitura feita pelo professor continua sendo uma atividade fundamental para
os alunos. Por quê? Em primeiro lugar porque os alunos, embora consigam
ler, têm poucas experiências de leitura, isso impede o acesso a textos mais
complexos ou longos.
Recomendamos que a leitura de textos literários fosse feita diariamente pelo professor, desde o início da sua inserção na escola, isso é absolutamente inquestionável, já que os alunos, ainda não-alfabetizados, não têm condições de ler por conta própria. A leitura feita pelo professor continua sendo uma atividade fundamental para
os alunos. Por quê? Em primeiro lugar porque os alunos, embora consigam
ler, têm poucas experiências de leitura, isso impede o acesso a textos mais
complexos ou longos.
A leitura diária, portanto, deverá ser de textos que necessitam de uma
mediação do professor para que os alunos possam desfrutá-los plenamente. Essa
atividade não apenas os coloca em contato com textos que eles não conseguiriam
ler sozinhos, como também, cria as condições adequadas para que, em médio
prazo, eles a façam.
Estudos sobre leitura demonstram surpreendentemente que, ao lermos,
utilizamos muito mais os conhecimentos que estão fora do texto (sobre a
linguagem literária, o gênero, sua estrutura, o portador e mesmo sobre o
conteúdo) do que aqueles que estão no papel (as palavras ou as letras) Ou seja,
ao ler para os alunos, o professor pode oferecer para eles a experiência com
estes aspectos extra-texto que são fundamentais na construção de suas
competências como leitores.
Para formar leitores – um dos principais desafios da escola – é
importante que as experiências dos alunos com os livros e com a leitura sejam
bem planejadas sempre e, para isso, a escolha dos livros é decisiva. O
planejamento de bons momentos de leitura, principalmente para quem está
iniciando a vida escolar é muito importante, destacamos alguns critérios para
escolha de livros para a leitura do professor:
1.
Leia textos que eles não leriam
sozinhos. Não são indicadas para esta leitura, histórias curtas, com pouco
texto e muitas ilustrações — estas podem servir à leitura individual do aluno.
2.
A qualidade literária do texto é
importante. Isso significa: uma trama bem estruturada (divertida, inesperada,
cheia de suspense, imprevisível); personagens interessantes e a linguagem bem
construída, diferente da linguagem que se fala no cotidiano.
3.
Evite utilizar histórias que sirvam
apenas para dar alguma lição de moral ou transmitir uma mensagem. Geralmente,
essas histórias têm uma linguagem muito simplificada, metáforas óbvias, enredos
totalmente previsíveis e levam apenas a uma interpretação de seu sentido. Uma
boa história permite que cada leitor a interprete a seu modo, gerando múltiplos
significados.
4.
Ler um livro em capítulos ou dividir
uma história mais longa em partes pode ser bastante adequado para as turmas de
3o ano. Isso implica interromper a leitura em momentos que criem expectativa,
pedir que os alunos façam antecipações e deixá-los sempre com gostinho de
"quero mais".
5.
Ouvir a leitura e poder comentá-la já é
uma atividade completa, na qual os alunos aprendem muito. Não é necessário
complementá-la solicitando que façam desenhos da parte que mais gostaram,
dramatizações, dobraduras, etc.
6.
Além de não serem ações que as pessoas
façam ao ler um texto literário, não contribuem para que os alunos aprendam
mais sobre o texto nem para que se tornem melhores leitores.
3. AS SEQÜÊNCIAS DE ATIVIDADES estão direcionadas para se ler com as
crianças diferentes exemplares de um mesmo gênero e subgênero (poemas, contos
de aventuras, contos fantásticos…); diferentes obras de um mesmo autor ou
diferentes textos sobre um mesmo tema.
Ao contrário dos projetos, que se organizam para elaboração de um
produto tangível, as seqüências incluem situações de leitura cujo único
propósito explícito - compartilhado com os alunos - é ler.
Ao contrário das atividades habituais, essas seqüências têm uma duração
limitada a algumas semanas de aula, o que permite realizar-se várias delas no
curso do ano letivo e se ter, assim, acesso a diferentes gêneros. Contribuem
para cumprir diversos objetivos didáticos: comunicar o sentido e o prazer de
ler para conhecer outros mundos possíveis; desenvolver as possibilidades dos
alunos de apreciar a qualidade literária (ou detectar sua ausência); formar
critérios de seleção de material a ser lido; gerar comportamentos leitores como
o seguimento de determinado gênero, tema ou autor.
No curso de cada seqüência se incluem – como nos projetos – atividades
coletivas, grupais e individuais. Desse modo, propicia-se tanto a colaboração
entre os leitores para compreender o texto e o confronto de suas diferentes
interpretações, como a leitura pessoal que permite a cada criança interagir
livremente com o texto, quer dizer: reler o que mais lhe agradou, saltar o que
não lhe interessa, deter-se ou voltar para verificar uma interpretação de que
não está seguro… O empréstimo de livros permitirá, além disso, que as crianças
possam continuar lendo em sua casa, âmbito que, em alguns casos, pode ser mais
apropriado que a sala de aula para essa leitura privada.
4. AS SITUAÇÕES INDEPENDENTES podem classificar-se em dois
subgrupos:
a) Situações ocasionais: em algumas oportunidades, a
professora encontra um texto que considera valioso e o compartilha com as
crianças, embora pertença a um gênero ou trate de um tema que não têm
correspondência com as atividades que estão realizando nesse momento; em outras
ocasiões, os alunos – ou alguns deles - propõem a leitura de um artigo de
jornalístico, um poema ou um conto que os impressionou e cuja leitura a
professora também considera interessante. Nesses casos, não teria sentido nem
renunciar a ler os textos em questão porque não têm relação com o que se está
fazendo, nem "inventar" uma relação inexistente; se sua leitura
permite trabalhar sobre algum conteúdo significativo, a organização em uma
situação independente estará justificada.
b) Situações de sistematização: estas são consideradas
"independentes" somente no sentido de que não contribuem para cumprir
os propósitos apresentados em relação à ação imediata (com as elaborações do
produto ao qual aponta um projeto ou com o desejo de "saber como
continua" um romance de aventuras que gera suspense e emoção, por
exemplo). Em troca, guardam sempre uma relação direta com propósitos didáticos
e com os conteúdos que estão sendo trabalhados. Porque permitem justamente
sistematizar os conhecimentos lingüísticos construídos através das outras
modalidades organizativas. Por exemplo, depois de ter realizado uma seqüência
centrada na leitura de fábulas, é possível propor uma situação cujo objetivo é
refletir sobre os traços que caracterizam as fábulas e as diferenciam dos
contos; depois de ter confrontado certos problemas relacionados à pontuação no
âmbito de um projeto de escrita, é possível propor uma situação cujo objetivo é
"passar a limpo" os conhecimentos construídos ao resolver esses
problemas...
É assim que a articulação de diferentes modalidades organizativas
permite desenvolver situações didáticas que têm durações diferentes, que podem
ser permanentes ou realizadas no curso de períodos limitados, algumas das quais
se sucedem no tempo, enquanto outras se entrecruzam numa mesma etapa do ano
letivo. Desse modo, a distribuição do tempo didático – em vez de se confundir
com a justaposição de parcelas do objeto que seriam sucessiva e cumulativamente
aprendidos pelo sujeito – favorece a apresentação escolar da leitura como uma
prática social complexa e a apropriação progressiva dessa prática por parte dos
alunos.
O esforço para distribuir os conteúdos no tempo de um modo que permita
superar a fragmentação do conhecimento não se limita ao tratamento da leitura –
que tem sido o eixo deste artigo –, mas sim abarca a totalidade do trabalho
didático com a língua escrita.
Em primeiro lugar, leitura e escrita se inter-relacionam
permanentemente: ler "para escrever" é imprescindível quando se
desenvolvem projetos de produção de textos, já que estes exigem um intenso
trabalho de leitura para aprofundar o conhecimento dos conteúdos sobre os quais
se está escrevendo e das características do gênero em questão; reciprocamente,
no âmbito de muitas das situações didáticas que se propõem, a escrita se
constitui num instrumento que está a serviço da leitura, seja porque é
necessário tomar notas para lembrar os aspectos fundamentais do que se está
lendo, ou porque a compreensão do texto requer que o leitor elabore resumos ou
quadros que o ajudem a reestruturar a informação dada pelo texto.
Em segundo lugar, os diferentes gêneros – em vez de serem distribuídos
linearmente, fazendo corresponder certos escritos sociais com certas séries
específicas – aparecem e reaparecem em diferentes momentos da escolaridade – de
e no âmbito de situações diferentes, de tal modo que os alunos possam
reutilizá-las e analisá-las a partir de novas perspectivas.
Em terceiro lugar, as modalidades de trabalho adotadas durante a
alfabetização inicial são basicamente as mesmas que se põem em ação, uma vez
que as crianças se apropriaram do sistema alfabético de escrita. Como as
situações didáticas que se apresentam antes e depois de as crianças aprenderam a
ler e escrever no sentido convencional do termo que estão orientadas por um
mesmo propósito fundamental – criar condições que favoreçam a formação de
leitores autônomos e críticos e de produtores de textos adequados à situação
comunicativa que os torna necessário –, o esforço por reproduzir na escola as
condições sociais da leitura e da escrita está sempre presente. Realmente,
desde o início da escolaridade, se lê e se escreve para cumprir propósitos
definidos, centra-se o trabalho nos textos, analisa-se criticamente o lido,
discutem-se diferentes interpretações e se chega a acordos, leva-se em conta o
ponto de vista do destinatário quando se escreve, revisam-se cuidadosamente os
escritos produzidos... As atividades devem permitir articular dois objetivos:
conseguir que as crianças se apropriem progressivamente da "linguagem que
se escreve" – do que esta tem de específico e diferente do
oral-conversacional, dos diversos gêneros do escrito, da estrutura e do léxico
que são próprios de cada um deles – e que aprendam a ler e escrever por si
mesmas.
Em alguns casos, o professor atua como mediador, lendo diferentes textos
para as crianças, ou escrevendo os textos ditados que elas compõem oralmente;
em outros casos, as situações de leitura tendem a deparar diretamente as
crianças com os textos, para buscar informações que necessitam, para localizar
um dado determinado, para buscar indícios que lhes permitam verificar ou
rejeitar suas antecipações sobre o que está escrito. E, do mesmo modo, as
situações de escrita apresentam para as crianças desafios de produzir textos
por si mesmos, o que as leva a se concentrar não só na "linguagem que se
escreve", como também em como fazer para escrever, em aprender, cada vez
melhor o modo particular como o sistema de escrita representa a linguagem.
Quando a situação exige que as crianças leiam ou escrevam diretamente, a
atividade pode referir-se a textos completos ou se focalizar em algum fragmento
de um texto que foi lido, produzido ou ditado pela professora; pode ser individual
ou grupal; pode responder a um propósito imediato do ponto de vista das
crianças – por exemplo, fazer cartazes e convites para divulgar a função
teatral que se está preparando – ou responder somente a um propósito cujo
cumprimento não é imediato, mas é altamente significativo para as crianças
nesta etapa: aprender a ler e escrever.
Delineamos uma modalidade alternativa de distribuição do tempo didático,
uma modalidade que responde à necessidade de produzir uma mudança qualitativa
na apresentação escolar da leitura. Não podemos concluir este item sem
reconhecer que o tempo escolar se mostra insuficiente também desde a
perspectiva aqui apresentada, que sempre é necessário selecionar e deixar de
lado aspectos que preferíamos incluir, que a escolha é sempre difícil e que o
único guia que até agora encontramos para decidir é este: administrar o tempo
de tal modo que o importante ocupe sempre o primeiro lugar.
CONTRIBUIÇÕES À PRÁTICA PEDAGÓGICA
Antes que você inicie a leitura do texto a seguir, gostaríamos de
ressaltar que, mesmo entendendo a heterogeneidade como um fato que incide sobre
as diferentes esferas do desenvolvimento humano – cognitiva, afetiva e social –
neste texto, bem como nas atividades formativas já desenvolvidas, consideramos
mais producente centrar nossas discussões no aspecto cognitivo.
As informações sobre heterogeneidade indicam que:
1.
Trabalhar considerando a
heterogeneidade não é realizar um trabalho individualizado que pressupõe
planejar para cada aluno uma atividade diferente. Isso, além de não ser
possível na situação de aula, "significaria retroceder a um sistema de
ensino individualizado, que fecha cada criança numa relação unilateral com o
professor e a impede de fazer precisamente aquilo que é fundamental para o progresso
da aprendizagem: interagir com seus companheiros, confrontar com eles suas
idéias sobre os problemas que tentam resolver, oferecer e receber informações
pertinentes".2 Portanto, considerar que os alunos têm saberes
diferentes pressupõe trabalhar em um sistema de ensino que possibilite que
esses saberes sejam compartilhados, discutidos, confrontados, modificados. As
propostas de atividades, ora iguais para todos, ora com variações, devem
permitir que cada aluno possa fazer novas descobertas a partir delas.
2.
É na interação que os alunos
aprendem. Portanto, planejar situações didáticas em que os alunos estejam
agrupados criteriosamente e possam trocar pontos de vista, negociar e chegar a
um acordo são imprescindíveis no cotidiano da sala de aula. Nessa proposta o
professor deixa de ser o único informante e os alunos passam a ter também um
status de informantes válidos. Essa condição, além de permitir que todos
avancem, possibilita uma mobilidade maior ao professor dentro da sala de aula
para atender os que precisam de mais ajuda. Desse modo, poderá planejar esse
atendimento de forma que, por exemplo, possa se dedicar a todos ao longo de uma
semana.
3.
Agrupar os alunos deve ser uma ação
intencional e criteriosamente planejada pelo professor. Tal ação deve estar
baseada em três aspectos: o conhecimento dos alunos sobre o que se pretende
ensinar, as características pessoais dos alunos e a clareza do objetivo da
atividade que se pretende propor. Deixar de considerar esses aspectos em geral
resulta em agrupamentos improdutivos, baseados na improvisação.
4.
Além de contar com os conflitos
cognitivos que, naturalmente, o trabalho em parceria provoca, o professor deve
se preocupar em garantir que as atividades propostas sejam
"portadoras" de desafios, ou seja, que carreguem em si um problema a
ser resolvido, para que, na tentativa de solucioná-lo, os aprendizes coloquem
em uso tudo o que já sabem sobre o conteúdo da tarefa. Dessa forma, maiores
serão as possibilidades de os alunos progredirem em seu processo de
alfabetização, mesmo quando não puderem contar com a intervenção direta do
professor.
5.
As atividades individuais,
incontestavelmente, devem ter um lugar entre as situações de aprendizagem
propostas aos alunos, pois eles necessitam de espaços em que possam trabalhar
com suas próprias idéias. No entanto, são as atividades que potencializam uma
elaboração cooperativa do conhecimento que devem ser priorizadas.
6.
Dadas as diferenças de saberes dos
alunos, a maneira de intervir não deve ser a mesma para todos. É preciso
diversificar os tipos de ajuda: propor perguntas que requeiram níveis de
esforço diferentes; oferecer uma informação específica que promova o estabelecimento
de novas relações; ouvir o que o aluno tem a dizer sobre o que pensou para
chegar a um determinado produto; estimular o progresso pessoal.
7.
Se quer que os alunos assumam como
valores a cooperação, o respeito às idéias e maneiras de ser dos parceiros, a
solidariedade, a justiça, o professor precisa atuar de acordo com esses
princípios – ou seja, demonstrar em sala de aula atitudes de cooperação, de
justiça, de solidariedade etc. – e criar um ambiente que traduza os valores que
pretende ensinar. Assim, por exemplo, se a cooperação é um dos valores a ser
ensinado, não basta discursar sobre o que são comportamentos cooperativos: é
preciso que a aula transcorra de fato em um clima cooperativo, no qual seja
possível testemunhar e experimentar atitudes desse tipo.
8.
Lidar com a heterogeneidade em sala
de aula é um aprendizado para o professor. É um aprendizado trabalhoso, pois,
em geral, a idéia de classe heterogênea vai de encontro à concepção tão
difundida de que são as classes homogêneas que facilitam o aprendizado do aluno
e o trabalho do professor. Na prática, essa concepção, além de não facilitar o
aprendizado dos alunos, contribuiu para a 'desprofissionalização' do professor
que, ao delegar a responsabilidade pelas aprendizagens dos alunos a fontes
externas (métodos e materiais produzidos com a única finalidade de ensinar a
ler e escrever), minimiza a importância de seu papel no processo de
aprendizagem.
É preciso então, que o professor assuma a condição de autor da própria
prática pedagógica: aquele que, diante de cada situação, precisa refletir na
busca de suas próprias soluções, construído novas estratégias, tomando
decisões, enfim, tendo autonomia intelectual. Trilhar esse caminho exige
estudo, reflexão sobre sua ação, auto-avaliação, trabalho em parceria,
intencionalidade e, principalmente, disponibilidade para aprender e
experimentar.
O ALFABETO
Conhecer os nomes
das letras é fundamental para os alunos que estão se alfabetizando, pois em
alguns casos eles fornecem pistas sobre um dos sons que elas podem representar
na escrita. Além disso, os alunos têm de conhecer a forma gráfica das letras e
a ordem alfabética. Essa aprendizagem, porém, pode ocorrer de forma lúdica e
divertida por meio de jogos, parlendas e adivinhas. Você pode:
Afixar as letras do alfabetário junto com os alunos, transformando esse momento de organização do espaço da sala de aula também em um momento de aprendizagem.
Fazer uma ficha com o alfabeto completo em letra bastão para que os alunos a colem em seu caderno. Veja um modelo na página 91.
Fazer um marcador de livro ou ficha avulsa com o alfabeto completo para que possam consultá-lo sempre que precisar.
Organizar atividades de completar as letras do alfabeto, utilizando suportes variados: o alfabetário afixado na sala de aula, cobrindo algumas das letras com um pedaço de papel e/ou uma tabela com a seqüência do alfabeto incompleta (produzida no computador ou mimeografada).
Propor que os alunos analisem quais são as letras que compõem seu nome, os nomes dos colegas e o do professor. A atividade poderá, inicialmente, ser feita de forma coletiva, e, depois, com os alunos reunidos em duplas ou em grupos. Comece escrevendo seu nome na lousa e, junto com a turma, analise quais as letras que o compõem. Mostre quais são essas letras, destacando aquelas que aparecem mais de uma vez. Depois, em duplas, os alunos deverão analisar quais letras fazem parte do próprio nome, utilizando como suporte o crachá.
Ensinar os alunos a "cantarolar" o alfabeto, de modo que memorizem a seqüência das letras, ainda que não conheçam sua forma gráfica. Esse procedimento vai ajudá-los a reconhecer os nomes das letras, facilitando a aprendizagem. Recitar parlendas que envolvem o alfabeto também é uma ótima estratégia. As atividades com o alfabeto devem acontecer apenas enquanto houver alunos que não sabem os nomes das letras. Depois disso, esse trabalho perde a função.
Na seqüência, apresentamos um planejamento mais detalhado de algumas atividades que você poderá fazer, adaptar ou criar variações.
Afixar as letras do alfabetário junto com os alunos, transformando esse momento de organização do espaço da sala de aula também em um momento de aprendizagem.
Fazer uma ficha com o alfabeto completo em letra bastão para que os alunos a colem em seu caderno. Veja um modelo na página 91.
Fazer um marcador de livro ou ficha avulsa com o alfabeto completo para que possam consultá-lo sempre que precisar.
Organizar atividades de completar as letras do alfabeto, utilizando suportes variados: o alfabetário afixado na sala de aula, cobrindo algumas das letras com um pedaço de papel e/ou uma tabela com a seqüência do alfabeto incompleta (produzida no computador ou mimeografada).
Propor que os alunos analisem quais são as letras que compõem seu nome, os nomes dos colegas e o do professor. A atividade poderá, inicialmente, ser feita de forma coletiva, e, depois, com os alunos reunidos em duplas ou em grupos. Comece escrevendo seu nome na lousa e, junto com a turma, analise quais as letras que o compõem. Mostre quais são essas letras, destacando aquelas que aparecem mais de uma vez. Depois, em duplas, os alunos deverão analisar quais letras fazem parte do próprio nome, utilizando como suporte o crachá.
Ensinar os alunos a "cantarolar" o alfabeto, de modo que memorizem a seqüência das letras, ainda que não conheçam sua forma gráfica. Esse procedimento vai ajudá-los a reconhecer os nomes das letras, facilitando a aprendizagem. Recitar parlendas que envolvem o alfabeto também é uma ótima estratégia. As atividades com o alfabeto devem acontecer apenas enquanto houver alunos que não sabem os nomes das letras. Depois disso, esse trabalho perde a função.
Na seqüência, apresentamos um planejamento mais detalhado de algumas atividades que você poderá fazer, adaptar ou criar variações.
ESCRITA DA LISTA DOS NOMES DA CLASSE EM ORDEM
ALFABÉTICA
OBJETIVOS
·
Ampliar o conhecimento que já possuem sobre as letras do alfabeto.
·
Reconhecer a importância da ordem alfabética enquanto recurso de
organização de informações escritas.
·
Começar a reconhecer situações nas quais a ordem alfabética é importante
e a identificar os portadores de texto que são organizados dessa forma
(dicionário, lista telefônica, agenda de telefones, os nomes dos alunos no
diário de classe etc.).
·
Começar a memorizar a ordem alfabética.
·
Utilizar a ordem alfabética para, com a ajuda do professor, organizar um
texto (o cartaz com os nomes dos alunos).
PRÉ- PLANEJAMENTO
Como organizar o
grupo? De forma coletiva, cada aluno sentado em sua carteira.
Quais materiais serão necessários? Lousa, giz, cartolina, caneta hidrocor, o cartaz com os nomes dos alunos, portadores de texto cujas informações são organizadas em ordem alfabética (lista telefônica, dicionário, o diário de classe, uma agenda de telefones etc.).
Duração: cerca de 1 hora.
Quais materiais serão necessários? Lousa, giz, cartolina, caneta hidrocor, o cartaz com os nomes dos alunos, portadores de texto cujas informações são organizadas em ordem alfabética (lista telefônica, dicionário, o diário de classe, uma agenda de telefones etc.).
Duração: cerca de 1 hora.
ENCAMINHAMENTO
1.
Ao planejar essa atividade, considere que ela tem dois momentos
diferentes: no primeiro, a proposta é conversar com os alunos sobre a ordem
alfabética, quem sabe recitar o alfabeto, quem já viu algum texto organizado
nesta ordem. Aqui você irá apresentar aos alunos os portadores de texto que são
organizados em ordem alfabética. No segundo, a proposta é organizar o cartaz
com os nomes dos alunos em ordem alfabética, fazendo um novo cartaz.
2.
Ao iniciar essa atividade, pergunte aos alunos qual seria o primeiro
nome da lista organizada em ordem alfabética, qual seria o segundo nome e assim
por diante. Copie os nomes que os alunos ditarem na lousa e depois da discussão
passe para a cartolina, com caneta hidrocor. Escreva em letra de forma,
maiúscula.
3.
Durante a atividade, mostre aos alunos que é possível utilizar o
alfabetário para buscar informações sobre a ordem das letras. E se mais de um
nome começar pela mesma letra? Discuta sobre o assunto com os alunos, fazendo
referência à segunda, terceira ou quarta letra dos nomes. E se dois nomes forem
iguais? Analise a escrita dos sobrenomes.
4.
Ao final da atividade, destaque para a turma que o novo cartaz,
organizado em ordem alfabética, vai facilitar a consulta. Não será preciso
percorrer toda a lista para achar um nome.
ESCRITA E LEITURA DE NOMES PRÓPRIOS
O desenvolvimento
de um trabalho sistemático e freqüente com o nome próprio representa importante
estratégia didática voltada para a alfabetização inicial dos alunos, além de
estar relacionado à questão da cidadania. Esse trabalho pode favorecer a
reflexão dos alunos sobre o sistema de escrita alfabético e ajudá-los a avançar
na aquisição da base alfabética. No primeiro mês de aula, o fato de nem todos
os alunos se conhecerem proporciona contextos interessantes para a exploração
da escrita do próprio nome e a para a leitura dos nomes dos colegas. Por isso,
é possível iniciar o trabalho por meio de uma seqüência de atividades nas quais
o principal desafio para os alunos será o de escrever o próprio nome em
contextos reais de comunicação, com o objetivo de identificar-se, identificar
os seus pertences e os de seus colegas, ou seja, em contextos de organização do
material e da rotina escolar.
Veja só o que se pode fazer com o nome próprio neste primeiro mês de aula:
Veja só o que se pode fazer com o nome próprio neste primeiro mês de aula:
·
Os alunos podem refletir sobre a escrita do próprio nome e dos nomes dos
colegas...
·
Os alunos podem tentar ler o próprio nome e os nomes dos colegas...
·
Os alunos podem acompanhar alguém escrevendo o nome dele e/ou dos
colegas de maneira convencional...
·
Os alunos podem tentar escrever o próprio nome...
Ao organizar o
trabalho com os nomes de seus alunos, é importante considerar uma diversidade
de situações de leitura e escrita, tais como:
1.
Escrever na lousa os nomes dos ajudantes do dia (aqueles alunos que irão
lhe ajudar em algumas tarefas, como entregar os materiais para a turma). O
desafio dos alunos será o de descobrir quem são os ajudantes, lendo os nomes
que você registrou. Caso ninguém descubra, conte para a turma quem são os
ajudantes, destacando algumas informações sobre a escrita dos nomes deles
(nomes que começam ou terminam com a mesma letra, nomes compostos, nomes de
meninas que terminam com a letra "a" e de meninos que terminam com a
letra "o", por exemplo).
2.
Fazer a chamada dos alunos utilizando material escrito como apoio (no
caso, os crachás dos alunos). O encaminhamento pode e deve variar:
3.
Você lê e mostra os crachás, procurando destacar alguma informação sobre
a escrita dos nomes. 2. Você mostra o crachá e desafia a turma (ou um aluno) a
ler o nome nele registrado (dê dicas que destaquem elementos da escrita dos
nomes – como já mencionado no item anterior – e/ou forneça informações sobre a
aparência, às preferências etc.).
4.
Pedir que eles escrevam o nome em pelo menos um dos trabalhos propostos
no dia. O encaminhamento pode variar: sem consulta (ou seja, conforme as suas
hipóteses, resultando em um registro não convencional do nome), com consulta ao
colega (favorecendo a troca de idéias), com consulta a algum material escrito
(exemplo: o cartão de nome, descrito na atividade sobre o crachá, colado no
caderno, ou o cartaz com os nomes afixado na sala de aula, atividade também
descrita na seqüência).
COMUNICAÇÃO ORAL
OBJETIVOS
Reconhecer
diferenças entre nome e sobrenome.
Conhecer o nome do professor e os nomes dos colegas.
Participar de uma conversa ouvindo os colegas, aguardando sua vez de falar.
Conhecer o nome do professor e os nomes dos colegas.
Participar de uma conversa ouvindo os colegas, aguardando sua vez de falar.
Duração:
cerca de 45 minutos
ou mais – conforme o número de alunos.
ENCAMINHAMENTO
1.
Antes de iniciar a atividade, explique para o grupo o que irá acontecer.
2.
Inicie você a apresentação, falando seu nome completo e seu apelido
(caso tenha um, é claro).
3.
A conversa se tornará ainda mais interessante se você compartilhar com a
turma as diversas formas pelas quais você é chamado no seu dia-a-dia,
considerando contextos variados como a família, os amigos e/ou os colegas de
trabalho. Aproveite a ocasião para comunicar como você gostaria que os alunos
lhe chamassem (de maneira formal ou mais carinhosa, pelo apelido etc.).
4.
Durante a apresentação, alguns alunos podem não se recordar do próprio
sobrenome. Não há problema. A falta dessa informação poderá gerar uma Quando a teoria
ajuda a prática...
ajuda a prática...
5.
Como tarefa de casa simples e significativa para eles: a de pesquisar o
próprio sobrenome junto aos familiares.
6.
Ao final da conversa, escreva seu nome na lousa para que eles conheçam a
escrita dele.
ESCRITA DO ALUNO
Produção de crachás
OBJETIVO
·
Escrever o próprio nome em um contexto de comunicação real (o crachá).
PRÉ-PLANEJAMENTO
Como organizar o
grupo? Sentados em duplas.
Quais materiais serão necessários? Lápis grafite, borracha, apontador, tesoura, barbante (ou fita crepe), papel de rascunho e modelo de crachá.
Duração: cerca de 45 minutos.
Quais materiais serão necessários? Lápis grafite, borracha, apontador, tesoura, barbante (ou fita crepe), papel de rascunho e modelo de crachá.
Duração: cerca de 45 minutos.
ENCAMINHAMENTO
1.
Ao planejar a atividade, lembre-se de que a produção do crachá é, na
realidade, uma atividade de cópia em um contexto real e significativo.
2.
Afinal, é importante que o nome de cada aluno seja registrado de forma
convencional para que possa ser lido por todos. A intenção é que a turma copie
o nome em um crachá utilizando como fonte o cartaz da classe ou um cartão feito
pelo professor com o nome de cada um deles. Este cartão (ou pedacinho de papel)
poderá ser manuscrito ou feito no computador, sempre em letra de forma
maiúscula. Deverá conter apenas o nome do aluno, mas, caso existam dois alunos
com o mesmo nome, é preciso colocar também o segundo nome que os diferencia
(por exemplo: BRUNO FÉLIX e BRUNO MENDES). Garanta que os alunos saibam o que
está escrito no cartão, lendo para eles no momento de entregá-lo. Leve os
crachás já recortados e com o barbante atado.
3.
Antes de iniciar a atividade, diga aos alunos algumas ocasiões em que
eles terão de usar o crachá: nos primeiros dias de aula, para realizar passeios
fora da escola, visitas às salas de outras turmas etc. Se possível, leve alguns
crachás para mostrar aos alunos e explicar a eles as situações nas quais os
adultos os utilizam para se identificar (ao participar de um congresso ou até
mesmo no dia-a-dia de trabalho, como é o caso de profissionais como médicos,
recepcionistas, carteiros etc.). Caso você já tenha utilizado um crachá,
compartilhe sua experiência com os alunos (quando e por que o utilizou).
4.
Durante a atividade, proponha-lhes a realização de um rascunho para que
possam antecipar o tamanho das letras e o uso do espaço. Oriente a turma a
escrever no crachá apenas o nome, utilizando letra de forma maiúscula. Se for o
caso, chame a atenção para a legibilidade do crachá, assim você ajudará alguns
alunos a fazer um rascunho para testar o tamanho da letra.
5.
Ao final da atividade, organize uma brincadeira com os crachás em que os
alunos tenham de adivinhar a escrita dos nomes dos colegas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
·
Delia, Lerner de Zunino e Alicia Palácios de Pizani. A aprendizagem da
língua escrita na escola. Porto Alegre, Artmed, 1995.
·
Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil - Volume 3 / Conhecimento do Mundo. Brasília: MEC/ SEF,
1998 (pp. 150 e 151).
·
Capítulo 4 – "É possível ler na
escola?" In: LERNER, D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o
necessário. Porto Alegre: Ed. ArtMed (pp. 87 a 92).
·
Programa de Formação de Professores
Alfabetizadores (PROFA), Módulo 2, Unidade 2, Texto 6. Brasília: MEC / SEF,
2001.
São Paulo (SP). Secretaria Municipal
de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Projeto Intensivo no Ciclo I - Orientações Para o
Planejamento e Avaliação do Trabalho com o 1º Ano do Ensino Fundamental – Livro do
professor / Secretaria Municipal de Educação
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